Ibaneis Rocha destacou a importância da feira na retomada do pós-pandemia durante visita ao evento. A expectativa é que o número total de frequentadores, durante os cinco dias de atividades, ultrapasse 120 mil
postado em 21/05/2022
A união de tecnologia, técnicas de plantio e melhores sementes conseguiu dobrar a produção dos hectares de soja, atendendo uma demanda dos produtores de produzir mais em menos espaço. Um dos passos para alcançar essa eficiência envolve, inclusive, a escolha da semente do cultivare. Produtores e estandes visitados pelo Correio na AgroBrasília afirmaram que, de 20 anos para cá, as inovações permitiram que em um hectare a produção de soja deixasse a marca de 40 sacos e alcançasse os 90 sacos. Contudo, os produtores não foram os únicos a visitarem a maior feira do agronegócio do Centro-Oeste. Na manhã de ontem, o governador Ibaneis Rocha (MDB) conferiu as inovações da feira.
Acompanhado do presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do DF (Coopa-DF), José Guilherme Brenner; do presidente da AgroBrasília, Ronaldo Triacca; e de apoiadores do governo, o chefe do Palácio do Buriti destacou “a força do agro em Brasília na retomada dos negócios pós-pandemia”. “A gente vê a quantidade de expositores (e isso) nos alegra muito. E o presidente da feira contou que a expectativa de vendas de R$ 3 bilhões deve ser ultrapassada, o que coloca a AgroBrasília entre as principais feiras do agronegócio do Brasil e mostra a força do DF e de toda essa região”, apontou.
Ibaneis destacou que “a grande vantagem que temos é que o trabalho feito pela Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e pela Secretaria de Agricultura é dirigido não apenas aos grandes, mas também aos pequenos produtores rurais, o que mostra que temos aqui uma cadeia completa de fornecimento”. Durante a visita, o governador tomou café produzido no Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF), conferiu maquinários, produtos dos estandes e tirou fotos com os visitantes.
Secretário de Agricultura, Candido Teles ressaltou que a capital do país se preocupa, também, com o pequeno produtor. “Hoje (ontem) lançamos uma obra de mais de R$ 12 milhões, para a construção de galpões comunitários para os pequenos produtores rurais para que eles possam ter mais lucro, guardar seus produtos, suas máquinas, embalar seus produtos e ter mais rentabilidade”, explica. Segundo o titular da pasta serão 46 galpões, inicialmente. “A localidade é feita de acordo com planejamento e com a demanda da própria comunidade. Assim que for definido, daremos início ao processo de licitação”, adianta.
Alto rendimento
Gerente comercial da Dois Marcos, Gilvan Matos explica os aperfeiçoamentos realizados nas sementes. “Atuamos em Minas Gerais, Goiás e no DF, com cultivares adaptadas para o cerrado, principalmente com soja e milho híbrido. E o que vemos que o produtor procura na feira é justamente entender a questão das novas tecnologias, que nesses dois anos foram aguçadas. Temos agora sementes que produzem soja resistentes a herbicidas e a lagartas. Isso é importante principalmente pelo custo do produtor, porque se a soja vai ter essa resistência, ele vai gastar menos em pesticida e impedir perdas”, destaca.
Na avaliação de Gilvan, este ano a feira teve mais visitantes que em edições anteriores. “A expectativa é um aumento de até 10% no fechamento de negócios”, afirma. Sobre a produção de sementes, Gilvan explica: “essa região (do Planalto Central) é uma das melhores para produzir semente do Brasil, porque tem altitude e temperaturas amenas. E a nossa semente passa por todo um processo de controle, em uma Usina de Beneficiamento, onde as classificamos por tamanho e tiramos as impurezas”, detalha.
O produtor rural do PAD-DF, Leomar Cenci, afirma: “Se antes um hectare produzia 45 sacas de soja, hoje ele consegue produzir 90 hectares, isso sem o produtor precisar desmatar, ampliar o espaço ou qualquer outra coisa. E as sementes com esse recurso (de aperfeiçoamento e adaptação ao regional) tem uma estabilidade maior no desenvolvimento”. Sobre a visita à feira, Leomar opina que o espaço é uma grande vitrine. “Em um único espaço o produtor consegue ter acesso a várias marcas de tratores, de tecnologias e de equipamentos. E mesmo que ele não precise imediatamente daquele serviço, aquilo fica arquivado e quando ele precisar, vai se lembrar de onde viu, de qual tem o melhor custo-benefício para a sua propriedade. Isso é um grande diferencial”, opina.
Nos três primeiros dias, a AgroBrasília recebeu 70 mil pessoas. A expectativa é ultrapassar os 120 mil visitantes que estavam programados até hoje, o último dia de evento.