“Nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país ou desacreditar. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro, seja no Congresso, seja no Executivo, seja em todos os lugares”, disse Lula
(crédito: Ed Alves)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quarta-feira (1°/2),
que os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro são resultado da descrença na política brasileira. A declaração ocorreu durante a abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país ou desacreditar da política. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro, seja no Congresso, seja no Executivo, seja em todos os lugares”, apontou. O presidente ainda pregou que “pode-se não gostar do Congresso”, mas que é necessário “respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição”.
“O que temos que ter consciência é que pode-se não gostar do Congresso, mas ele é o resultado da quantidade de informações do humor no dia da votação. Portanto, temos que respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição. É assim que a gente vai sustentar definitivamente a democracia mais longínqua que conseguimos conquistar na República Federativa do Brasil”, completou.
Lula também destacou a atuação de ministros da Corte citando importantes conquistas democráticas votadas na Casa, como a Lei de Cotas no acesso a universidades e a união estável entre pessoas homoafetivas. O petista destacou ainda os ataques a magistrados pelas decisões tomadas, mas que levam em conta debates na sociedade e passam por julgamento coletivo.
“Uma democracia para poucos jamais será uma verdadeira democracia. O STF, guardião da Constituição e dos Direitos Fundamentais, é também guardião da dignidade de cada brasieliro e um ator fundamental na luta contra desigualdades onde elas se manifestem. Foi nesse sentido que a Corte decidiu pela constitucionalidade da Lei de Cotas no acesso a universidades, na titulação de terras quilombolas, da união estável entre pessoas homoafetivas, pesquisas com células tronco e da homologação da Raposa Serra do Sol”.
“Nenhuma daquelas decisões foi tomada sem debates profundos e muitas vezes acalorados na sociedade e no próprio colegiado, cobrando muitas vezes de ministros o preço da incompreensão do preconceito e da contrariedade de interesses econômicos e políticos. No entanto, essa é a essência de sua missão que seguiremos respeitando em nome da democracia e do restabelecimento da harmonia entre as instituições”.
O petista destacou ainda que “o povo brasileiro não quer conflitos entre as instituições”. “Não quer agressões, intimidações nem o silêncio dos poderes constituídos”.