Ícone da Inconfidência Mineira, Joaquim José da Silva Xavier morreu por contestar a Coroa Portuguesa
Publicado quinta-feira, 20 de abril de 2023 – 13:46
/ Atualizado quinta-feira, 20 de abril de 2023
Alferes Joaquim José da Silva Xavier, este era o real nome do popularmente conhecido Tiradentes. O homem que hoje é tido como símbolo do movimento da Inconfidência Mineira, foi um dos principais líderes do movimento anticolonialista que permeava as terras de Minas do Ouro.
Membro de uma família simples, ele nasceu no dia 12 de novembro de 1746, ocupou as mais variadas profissões, tais como minerador, dentista amador, que lhe concedeu a alcunha que atualmente ocupa os livros de história e dá nome ao feriado que se aproxima, e a de alferes da cavalaria do império.
Tiradentes, foi um republicano convicto, adepto das ideias propagadas pelo movimento iluminista. E foi impulsionado por estes ideais, que defendiam a “liberdade, igualdade e a fraternidade”, que os questionamentos às ações da coroa, fizeram surgir uma grande mobilização contra o domínio de Portugal: a Inconfidência Mineira.
A Inconfidência Mineira, como ficou reconhecida uma das maiores revoltas já ocorridas durante o período em que o país ainda era colônia, teve envolvimento da elite da então Capitania de Minas Gerais, e contou com a atuação direta de Tiradentes. A cobrança de altos impostos, e o desejo da instituição do Republicanismo foram o cerne da mobilização.
Para conquistar o que almejavam, havia um plano para que o então governador da capitania, o Visconde de Barbacena, fosse assassinado, e assim pudessem proclamar como república a capitania. Tal conspiração, porém, não logrou êxito, pois foram denunciados.
Um dos membros dos grupos de inconfidentes, optou por denunciar o movimento em troca do perdão de suas dívidas para com a Coroa Portuguesa. O traidor fora Joaquim Silvério dos Reis. A denúncia proporcionou ao Visconde agir para realizar a prisão de todos os envolvidos, dentre eles Tiradentes.
O processo de julgamento dos presos, perdurou por três anos. Alguns, optaram por negar a participação, o que não foi feito por Tiradentes, que sustentou a afirmação de seu envolvimento. Após julgamento, os 10 inconfidentes foram condenados à morte por enforcamento.
Uma reviravolta, porém, ocorreu, e dos dez condenados, nove, foram perdoados e condenados ao chamado “degredo”, a expulsão do país, por meio da ação da Rainha Dona Maria I. Tiradentes não teve a mesma sorte. Foi enforcado e esquartejado no dia 21 de abril de 1792.
A morte de Tiradentes foi utilizada como uma forma de exemplo para toda a população. As partes do seu corpo foram espalhadas pela estrada que dava acesso a cidade de Ouro Preto. A cabeça, foi exposta na praça localizada no centro da cidade.
A atitude reiterada do Alferes, em se manter fiel ao propósito dos inconfidentes, o transformaram em um mártir do republicanismo, tendo o dia de sua execução sido considerado desde então, como um feriado nacional.
De acordo com a Especialista em História e Culturas Políticas, Lidiane Abreu Silva, Tiradentes deve ser considerado uma figura importante para o caminho percorrido rumo à construção da democracia.