Ex-ministro do GSI deu a declaração em depoimento à CPI que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro
General Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, em imagem de arquivo
O general Gonçalves Dias afirmou que o plano de proteção do Palácio do Planalto não estava montado na tarde do dia 8 de janeiro, data dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. A declaração foi feita em depoimento à Câmara Legislativa do DF (CLDF), na manhã desta quinta-feira (22), na CPI dos Atos Antidemocráticos.
“O bloqueio na frente do Palácio do Planalto, que deveria ter sido feito pela PMDF, não havia sido montado”, disse o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias.
Segundo ele, o general Penteado, secretario-executivo do GSI, não soube responder o motivo da falta do bloqueio. O ex-ministro também afirmou que, em uma reunião feita no dia 6 de janeiro, à qual o GSI não foi convidado, o Plano de Ações Integradas (PAI) determinava que deveria haver bloqueio e revista dos manifestantes na altura da Rodoviária do Plano Piloto.
“Deveria existir depois dali um bloqueio total que impedisse o acesso à Alameda das Bandeiras e a Praça dos Três Poderes. Ele aparentemente não existiu, ou foi tênue ou inexpressivo”, declarou Gonçalves Dias.
Ausência de comunicação
O ex-ministro também afirmou que não recebeu informações sobre as invasões por meio dos canais oficiais de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF.
“Presumo que o sistema integrado possuía com seus alertas difundidos para a célula de inteligência montada pela SSP, mas os alertas não chegavam a mim pelos canais estabelecidos”, disse.
Gonçalves Dias era ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), no dia 8 de janeiro, durante os ataques às sedes dos três poderes, em Brasília. Ele pediu demissão do cargo após a divulgação de um vídeo onde aparece no Palácio do Planalto, durante a invasão.
A carreira de Gonçalves Dias
Marco Edson Gonçalves Dias é natural de Americana (SP). Ele entrou para o Exército em 1969, por meio da Escola Preparatória de Cadetes do Exército.
Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 1986 e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército em 1994.
Chegou a ocupar o cargo de Comandante da Sexta Região Militar e a comandar o 19° Batalhão de Infantaria Motorizado. Foi alçado ao cargo de general e, atualmente, está na reserva (como os militares chamam a sua aposentadoria).
Dentro do governo federal, já foi Secretário de Segurança da Presidência da República do governo Lula e chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).