A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo alcançou 455,1% ao ano em maio, ante 447,3% ao ano em abril. Segundo os dados, divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (28/6), esse é o maior patamar desde 2017, quando a taxa estava em 490% ao ano.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado, acionada ao não pagar o valor total da fatura na data do vencimento do cartão de crédito.
O balanço foi divulgado em meio às críticas do governo ao alto patamar da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano. As instituições financeiras alegam que o crédito rotativo tem o juros mais altos devido ao risco assumido pela empresa de não ter o valor pago no prazo previsto.
Com as taxas elevadas, o Ministério da Fazenda criou um grupo de trabalho com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central para buscar soluções. Em abril, o ministro Fernando Haddad disse que seria implementado um cronograma para “balizar um estudo” sobre o assunto.
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu de 45,1% para 45,4%, de abril para maio deste ano. A modalidade tem como base recursos livres, e não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Esse também é o maior patamar desde agosto de 2017, quando a taxa média alcançou 45,6% ao ano.