Exposição ao sol, baixa hidratação, excesso de suor e de maquiagem… Hábitos pouco saudáveis durante o carnaval têm efeito direto na saúde da pele
postado em 19/02/2023 08:00
Já tem algum tempo que o mercado de estética e embelezamento tem reforçado a ideia da prevenção. São criados produtos que precisam de rotina para serem aplicados, mas muitos acabam deixando de lado os cuidados necessários após certas atividades e eventos, como em época de carnaval. O folião passa por constante exposição ao sol, desidratação, suor contínuo, contato com vários objetos e pessoas e isso afeta a pele diretamente.
Antes de sair para o bloquinho, pele hidratada e protetor solar são obrigatórios, mas e depois? Será que existe algum intensivão de skincare? Existe, sim, como afirma a dermatologista especializada em cuidados com a pele Samara Kouzak (@dermaadvance), membro da Sociedade Brasileira Dermatologia. E o tratamento deve ser voltado para a hidratação. “Algumas opções são as máscaras de hidratação, máscaras detox, com ativos para acalmar e hidratar. Outra alternativa são os procedimentos em consultório, com hidratação indicável, que busque recuperar a pele que foi um pouco judiada.”
Menos é mais
De um modo geral, o que mais ocorre é que as pessoas não fazem a higienização e a hidratação adequadas da pele e não tiram o excesso de maquiagem e de glitter do rosto — isso sem falar da falta de alimentação e de consumo de água adequados durante o período da festa. Em poucos dias, a pele perde o viço e a hidratação e começa o aparecimento de ruguinhas.
Para festas de longa duração, a rotina é básica. Primeiro, realize uma higienização adequada, com produtos bifásicos, que tem propriedade mais oleosa, ou um cleansingoil. “Eu gosto muito da proposta do cleansingoil porque ele limpa e não agride. No dia seguinte, ao limpar com o cleansingoil, pode-se achar algum resíduo de maquiagem perto da região dos olhos, que é um pouco mais difícil de sair. Mas há produtos específicos para essa área também”, detalha a dermatologista
Depois, aplique uma água micelar, um sabonete bem delicado e, por último, hidrate muito bem com um hidratante próprio para o seu tipo de pele e, no máximo, use uma vitamina C antioxidante. “Nesse período de festas, evite o uso de ácidos, mesmo que esteja usando por alguma outra razão, como acnes ou melasma, e deixe o skincare basicamente em antioxidante, vitamina C, hidratante e bastante protetor”, ressalta Samara.
Fabianne Rost, graduada em estética e embelezamento, conta que, na sua rotina de cuidados com a pele “pós-festa”, utiliza o cleansingoil para retirar a maquiagem; segue com o sabonete facial para limpar restos do produto e aplica um hidratante normal no banho. “Menos é mais. Às vezes, passar um sabonete e um hidratante facial é o que sua pele precisa. Vez ou outra, aplico um tônico noturno. Nos cuidados noturnos, eu dou uma caprichada a mais, uso um hidratante mais potente, mas nunca misturo tratamentos, como para manchas, dermatites ou acne que está inflamada. Uma coisa de cada vez. Tem que dar tempo ao tempo, se não sua cara vira uma experiência química.”
Proteger-se do sol é essencial
A utilização do protetor solar é imprescindível, a exposição excessiva ao sol é um dos fatores mais significativos para o desenvolvimento do câncer de pele e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020, a doença representou 27% dos tumores malignos do país.
A esteticista Fabienne conta que os raios solares podem resultar em queimaduras de segundo grau, inchaço e acabar com a diversão do carnaval — além de provocar o envelhecimento precoce, principalmente em pessoas com baixa melanina. Mas, ela destaca que pessoas que têm mais melanina também não podem deixar o uso do protetor de lado.
“Existe o protetor sem cor, que cria uma barreira química, mas existem tipos de raio que podem atingir a sua pele de maneira física. Então utilizar um protetor com cor ou uma base para criar uma barreira física é uma boa opção”, aconselha Fabianne. As incidências de raios solares estão cada vez maiores, e exigem que o protetor seja condizente. a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda o uso de um protetor de no mínimo 30 FPS.
Samara ressalta que a pele é o maior órgão do corpo humano, e as pessoas negligenciam, não vendo importância disso. “Aos 35, 40 anos é quando geralmente os danos, tanto do sol quanto do estilo de vida ruim, começam a dar sinais na pele.”