O secretário-executivo do Ministério da Cultura Márcio Tavares e o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais Rogério Carvalho também visitaram o Palácio do Planalto
postado em 10/01/2023 20:02
05 – Janja Lula da Silva (esposa do presidente Lula), Margareth Menezes (ministra da Cultura), Márcio Tavares (secretário-executivo do MinC), Leandro Grass (presidente do Iphan), Andrei Rosenthal Schleed (diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan) e Rogério Carvalho (diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais) examinam a obra O Flautista, de Bruno Giorgi. – (crédito: Fotos: Divulgação)
Os atos extremistas ocorridos na Praça dos Três Poderes, no domingo (8/1), deixaram um rastro de destruição em patrimônios históricos e artísticos do Palácio do Planalto. Para avaliar os danos e traçar planos para a restauração das obras danificadas, a ministra da Cultura Margareth Menezes visitou o local de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (10/01), ao lado da socióloga e primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, e do ex-deputado distrital do DF e presidente do Iphan Leandro Grass. Na visita, a ministra anunciou a criação de um memorial em defesa da democracia com as obras vandalizadas.
Também estiveram presentes na visita ao Planalto o secretário-executivo do Ministério da Cultura Márcio Tavares e o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais Rogério Carvalho Divulgação
“Esse memorial é para deixar marcado, para que nunca mais possa acontecer outra violência desse nível, com o intocável, que é nossa democracia. Vamos usar todas as possibilidades possíveis a partir do momento da dimensão de quanto será o custo disso”, disse Margareth Menezes. Também estiveram presentes na visita ao Planalto o secretário-executivo do Ministério da Cultura Márcio Tavares, o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais Rogério Carvalho e o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan Andrei Rosenthal Schleed.
Uma das obras danificadas foi o quadro As Mulatas, do pintor Di Cavalcanti, avaliado em R$ 8 milhões. A tela ficava no Salão Nobre do Palácio do Planalto e foi resgada a facadas por bolsonaristas. A tela O Flautista, de Bruno Giorgi e o relógio de Balthzar Marinot, do século XVII, também foram examinadas pelas autoridades.
Segundo Margareth, até quinta-feira (12/01) serão divulgados os resultados da perícia das obras vandalizadas. O trabalho é fundamental para dimensionar o valor dos danos e a possibilidade de restauração do que foi danificado. A recuperação será feita por servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). “Muita gente dando as mãos nesse momento para fazermos essa recuperação”, pontuou a ministra.
As principais obras danificadas no Planalto são:
No andar térreo:
• Pintura Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — o quadro, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
• Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No 2º andar:
• O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.
No 3º andar:
• Obra As Mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até cinco vezes maior em leilões.
• Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
• Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
• Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
• Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
• Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.