Segundo a OMS, a obesidade é um dos 10 maiores problemas de saúde pública, uma epidemia que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo
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Declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da obesidade enquanto doença está repercutido com críticas nas redes sociais. De acordo com o Ministério da Saúde, o excesso de gordura é considerado uma doença crônica.
Quando uma pessoa pode ser considerada obesa? Para a classificação da obesidade são utilizados vários indicadores, sendo o Índice de Massa Corpórea (IMC) o mais comum, que é calculado dividindo o peso, em quilos, pela altura ao quadrado.
O excesso de peso ocorre a partir do sobrepeso. Também existem outras formas de constatar o excesso de peso que agem em conjunto com o cálculo do IMC. São elas: cálculo da porcentagem de gordura e medir a circunferência abdominal.
Quando o IMC é maior do que 30, a pessoa é considerada obesa. São classificados por esse critério três tipos de obesidade – de 30 a 34,9: obesidade I; de 35 a 39,9:obesidade II (severa); superior a 40: obesidade III (mórbida).
A obesidade se cronifica na relação direta dos efeitos colaterais provocados pleo excesso de gordura. Ou seja, quanto maior o índice, mais chances de o paciente desenvolver doenças graves e algumas delas crônicas – entre elas diabetes, problemas cardiovasculares e nas articulações, hipertensão arterial, além de depressão, asma, esteatose hepática (o chamado popularmente “fígado gordo”), apneia do sono e causa de alguns tipos de câncer.
“O acúmulo de gordura na região abdominal oferece um excesso de lipídeos que se acumulam no fígado, prejudicando sua função, podendo levar a cirrose ou mesmo ao câncer. Além disso, o acúmulo de ácidos graxos no fígado prejudica a função da insulina, aumentando os níveis de glicose e triglicérides no sangue, piora da coagulação e inflamação, que favorecem o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (derrame)”, explica o dr. Paulo Rosenbaum, endocrinologista do Centro de Prevenção e Tratamento da Obesidade Einstein.
Saúde pública
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é um dos dez maiores problemas de saúde pública, uma epidemia que atinge mais de 300 milhões de pessoas pelos cinco continentes.
No Brasil, esse cenário não é diferente e o número de indivíduos com obesidade evolui de maneira preocupante nas últimas três décadas, sendo que metade da população brasileira atualmente está acima do peso.
Na população adulta, 12,5% dos homens e 16,9 % das mulheres apresentam obesidade e cerca de 50% têm excesso de peso (sobrepeso).
Causas
A principal causa de obesidade é a alimentação inadequada ou excessiva. Para manter o peso ideal é preciso que haja um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao longo do dia. Quando há abundância de alimentos e baixa atividade energética, existe o acúmulo de gordura. Por isso, o sedentarismo é o segundo fator importante que contribui para a obesidade.
Prevenção e tratamento
A doença pode ser evitada desde a infância, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de esportes ao longo da vida
Na fase adulta, a melhor forma de tratar a obesidade é adotar mudanças no estilo de vida, com uma dieta menos calórica aliada a um programa de exercícios físicos, sempre sob a supervisão de um profissional.
No caso de a prevenção falhar e em casos severos da doença pode ser feito o uso de medicamentos, desde controladores de apetite até os que reduzem a absorção de gordura pelo organismo.
Para os casos mais graves, pode ser recomendada também a cirurgia bariátrica, especialmente para quem possui o IMC acima de 35 e também ter doenças associadas à obesidade, e para os que têm IMC acima de 40 e não conseguem emagrecer com outros tratamentos.
Todos esses recursos oferecidos pela ciência, é indispensável que o paciente faça o acompanhamento médico regular.