A demissão de Mariela Souza ocorre após mortes em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), administradas pelo instituto. Deve assumir o cargo Juracy Cavalcante Lacerda, atual diretor de Atenção à Saúde da SE
(crédito: DIVULGAÇÃO/IGES)
A presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), Mariela Souza, foi desligada do cargo ontem. Segundo fontes o motivo da saída foram as últimas polêmicas registradas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) administradas pelo Iges.
Somente em março, foram três mortes causadas por suposta negligência nas unidades. Em 8 de março, Herbert de Oliveira da Silva, 15 anos, morreu na unidade de Samambaia, com quadro de insuficiência respiratória e reação alérgica. Um dia depois, Cidalva Prates Guedes, 57 anos, faleceu após sofrer traumatismo craniano depois de cair da janela da UPA de Ceilândia. No dia 10 de março, Warley Eduardo, 30 anos, morreu após receber alta da unidade de Ceilândia.
O nome indicado e aprovado pelo conselho de administração do instituto para substituir Mariela é o de Juracy Cavalcante Lacerda, atual diretor de Atenção à Saúde da Secretaria de Saúde do DF. O nome dele precisa ser aprovado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde o futuro titular será sabatinado. Depois, a nomeação deve ser publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Até a finalização das formalidades, o então vice-presidente, Cléber Sipoli, assume a presidência interinamente.
Ao todo, são 15 unidades geridas pelo Iges no DF. Ontem, em uma agenda pública no Palácio do Planalto, a então governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, declarou que a troca de gestão foi realizada por conta da “série de problemas” que estão ocorrendo no instituto. Ela comentou, ainda, que procurou um perfil mais técnico para assumir o comando. “Procuramos um perfil que tivesse mais conhecimento na área, que pudesse dar a gestão necessária. Temos mais de 10 mil funcionários no Iges. É preciso uma gestão profissionalizada e eficiente para dar resposta à população”, disse.
De acordo com Celina Leão, o GDF está em um momento de choque na gestão da saúde e mais de 28 medidas já foram tomadas. “Muitas executadas, algumas em andamento, mas outras devem ser executadas em médio prazo. Com certeza, vai melhorar”, disse.
O instituto
O Iges é um serviço social autônomo (SSA) criado pela Lei nº 6.270/19 para ampliar o modelo do Instituto Hospital de Base (IHB-DF). Atualmente, o IGES-DF faz a gestão do Hospital de Base e do Hospital Regional de Santa Maria, além das unidades de pronto atendimento (UPAs) de Brazlândia, de Ceilândia, de Ceilândia II, do Gama, do Núcleo Bandeirante, do Paranoá, de Planaltina, do Recanto das Emas, do Riacho Fundo II, de Samambaia, de São Sebastião, de Sobradinho e de Vicente Pires.