João Ferreira, de 71 anos, foi encontrado já sem vida pelos Bombeiros, na Rua Vital, em Quintino. PMs tiveram que atirar para interromper o ataque.
23/05/2023 14h18 Atualizado há 18 horas
João Ferreira morreu após ataque de pitbull — Foto: Reprodução
Um homem morreu após ser atacado por um cão da raça pitbull, no quintal de uma casa na Rua Vital, em Quintino, na Zona Norte do Rio, por volta das 8h desta terça-feira (23). João dos Santos Ferreira tinha 71 anos e era compositor da Acadêmicos do Salgueiro.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, João foi encontrado já sem vida na casa em que morava com o filho.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar disse que policiais militares do 9º BPM (Rocha Miranda) foram acionados para a ocorrência. Eles tiveram que atirar contra o cachorro para conter o ataque. Só assim, os bombeiros puderam se aproximar.
O caso foi registrado na 29ª DP (Madureira), que investiga o caso. Os policiais pretendem ouvir o filho da vítima, dono do cachorro, e realizar outras diligências para esclarecer o que aconteceu.
João era muito querido pelos colegas da escola.
“Ele contribuiu muito para a cultura do samba e do carnaval, muito querido por todos nós do Salgueiro. Um cara muito alegre e talentoso. Os poetas da academia e a presidente da ala estão chocados pois ele estava na feijoada do Salgueiro de domingo e na festa de sábado”, lamentou a compositora e cantora, Liesbeth Nunes.
Em 2013, ele foi premiado pelo seu samba-enredo que falava sobre cinema, o samba se chamava Enredo Fama.
O corpo dele será sepultado no Cemitério São Francisco Xavier nesta quarta-feira (24). O velório está previsto para começar às 10h na Capela H. O enterro será às 16h15.
Veja o que fazer em caso de ataque
No ano passado, Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal, explicou o que fazer diante de uma emergência, de ataque de um animal de grande porte.
De acordo com Rossi, se a eminência do ataque for inevitável, algumas ações podem ser tomadas para minimizar a situação:
Possível ataque
“Se você estiver andando ou correndo na rua, e avistar um animal que fique agressivo ou em posição de ataque contra você. Pare ou comece a andar em diagonal. Os animais interpretam que você está indo na direção dele (quando estamos correndo). Se você parar o movimento e deixar de ir na direção dele adotando a diagonal, ele vai entender que não está sendo mais ameaçado.”
Pitbull e cachorros de grande porte: donos precisam ter cuidado para evitar atques — Foto: Yohan Cho /Unsplash
“Se não der tempo de sair de perto, indicamos parar, congelar. É difícil, mas o cachorro deixa de se atrair por aquilo que não se mexe. Essa técnica consegue evitar até 80% dos ataques. É indicado ainda não gritar, o barulho também é interpretado pelo cão como uma ameaça.”
“É difícil, mas correr é sempre ruim. Só corra se tiver a certeza que vai escapar, como entrando em algum lugar e fechando uma porta, por exemplo.”
Início do ataque
“Se não tiver jeito e o cachorro estiver indo na sua direção, procure uma parede para tentar se apoiar e evitar que o animal te derrube no chão.”
“Se estiver com algum objeto nas mãos, uma bolsa, uma mochila, coloque na sua frente. O animal vai tender a avançar no objeto e não em você.”
Sob ataque
“Se vir alguém sob ataque, não tente puxar o cachorro. Ele estará mordendo uma pessoa e, ao ser puxado, poderá rasgar, ferir ainda mais a vítima. Se tiver como, use uma corda ou guia laçada na barriga do animal para suspender sua parte traseira. Ao sentir que está se desequilibrando, ele vai soltar a vítima.”
“Se ele estiver de coleira, você pode ainda tentar passar um pedaço de pau no local e começar a torcer para que ele comece a perder o ar. Ele vai soltar a vítima. ”
“Outra possibilidade, é jogar água no cachorro. Qualquer coisa que desperte sua atenção, cause um susto pode terminar o ataque. Se tiver uma mangueira por perto, vale jogar água na direção da boca para que ele pare de morder e se preocupe em recuperar o ar.”
Responsabilidade do dono
Alexandre lembra ainda que pessoas que têm animais de grande porte precisam de orientação para saber lidar com o bicho em toda as circunstâncias.
“Costumo comparar com um carro, que serve para transportar pessoas, mas também pode matar. Para você ter um carro, precisa de um conhecimento e tirar a carteira, que você pode perder caso faça bobagem. Para ter um animal desse tipo, as pessoas deveriam passar pela mesma coisa: receber uma instrução mínima para lidar com ele, receber uma permissão ou licença para criá-lo e serem responsabilizadas caso façam besteira. Não é só porque ele é seu bichinho, seu filhinho, que ele não pode matar alguém”, diz.
O especialista reforça ainda que não são só animais submetidos a maus tratos que podem ter comportamento violento. “Mesmo com amor e carinho, um cachorro pode atacar alguém, e você precisa saber e conseguir conter o seu animal”, diz.
Saiba onde denunciar:
Secretaria Municipal de Promoção e Defesa dos Animais (SMPDA)
Em caso de abandono de animais na rua, o município do Rio de Janeiro recebe denúncias na SMPDA, por meio da Central de Atendimento ao Cidadão, 1746.
Ivisa-Rio
Em caso de abandono, maus-tratos a pitbulls ou animais raivosos, o atendimento é feito pelo Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (CCZ), que também recebe denúncias pelo 1746 e de outros órgãos, sejam da esfera municipal, estadual ou federal.
Eles são responsáveis pela vigilância, prevenção e controle das zoonoses, de relevância em saúde pública.
Delegacia
Em caso de descumprimento da lei da focinheira, qualquer pessoa pode fazer um registro de ocorrência em uma delegacia ou de forma on-line. Mesmo que não haja ataque, é importante denunciar um animal agressivo para que o dono seja responsabilizado de forma civil ou criminal no futuro.