Os alagamentos trazem de volta a vida da fauna e da flora, mas também geram prejuízos e mortes de alguns animais.
Pantanal tem cheias novamente após 4 anos de seca
Depois de quatro anos de estiagem forte, o Pantanal voltou a ficar alagado.
O Pantanal passou por, pelo menos, quatro anos de estiagem extrema, com temperaturas altas, queimadas, solo árido, sede e muitas perdas.
As cheias trazem novamente a vida da fauna e da flora, mas também gera prejuízos e mortes de alguns animais.
Atropelamento e falta de oxigênio
Um dos problemas que chega com a água é o atropelamento de animais silvestres. O Instituto de Conservação de Animais Silvestres (Icas) está estudando essa questão das colisões há mais de dez anos.
Na BR-262, foram encontradas 6.650 carcaças em um período de 3 anos. Os principais animais atropelados são: jacaré, tatu, cachorro-do-mato, capivara e os tamanduás mirim e bandeira.
Para resolver esse problema, o estudo sugere cercamento da rodovia nos pontos onde houve maior registro de colisões.
Há também a decoada, a morte de peixes. Isso porque, no Pantanal, quando ocorrem as cheias, toda a vegetação aquática acaba se decompondo, gerando gás carbônico e diminuindo a quantidade de oxigênio na água.
Assim, a água fica tóxica aos peixes, que procuram chegar até a superfície para obter mais oxigênio, mas muitos deles não resistem e acabam morrendo.
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Renascimento
Mas as cheias também trazem o retorno da fauna e da flora. O Pantanal é um ecossistema de áreas úmidas, o que proporciona ambientes bastantes produtivos em termos de diversidade.
As aves aquáticas estão entre os animais que já voltam a se tornar mais comuns na paisagem pantaneira, caso do tuiuiú, da cabeça-seca, dos colhereiros e dos maçaricos, por exemplo.
A forte estiagem dos últimos anos atrapalhou a reprodução de muitos pássaros, como o tuiuiú, a ave símbolo do Pantanal, explica o biólogo Gabriel Freitas.
Retorno ao Pantanal
A equipe de reportagem seguiu o percurso de 100 km em dois carros, com bastante perrengue. Por exemplo, foi preciso descer constantemente para saber qual a profundidade da água e se a caminhonete iria atolar. Mesmo assim, um dos carros acabou ficando preso na lama, precisando ser rebocado.
Depois de avançar mais um pouco, só foi possível terminar a viagem de helicóptero.
As dificuldades da travessia também mudam para os animais. Na época da seca eles não estão em bom estado corporal e morrem pelo caminho. Já na cheia, há mais risco de doenças nos cascos.
Há também a maior oferta de animais nos leilões, derrubando os preços.