Declaração foi durante programa ‘Conversa com o Presidente’, transmitido nesta terça-feira (4). Brasil assume presidência do Mercosul nesta manhã e grupo prepara respostas para condições da UE.
Lula no programa ‘Conversa com o Presidente’, em 4 de julho de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (4) que o Mercosul prepara uma resposta para a carta da União Europeia com condições para a conclusão de um acordo comercial entre os dois blocos.
Lula voltou a chamar de “ameaças” as condições impostas pelo bloco europeu para finalização do acordo. O presidente afirmou que não vai aceitar “imposições” e disse que “não quer uma política em que eles ganhem e a gente perca”.
“Estamos agora preparando outra resposta, porque vamos a Bruxelas discutir com a UE e os países da América Latina, e precisamos ter uma resposta do que nós queremos pra consolidar o acordo. Nós queremos fazer uma política de ganha-ganha, a gente não quer fazer uma política em que eles ganhem e a gente perca”, afirmou.
A declaração foi durante o programa “Conversa com o Presidente”, transmissão semanal feita nas redes sociais de Lula. A conversa foi conduzida pelo jornalista Marcos Uchôa, da TV Brasil.
O Brasil assume em cerimônia nesta terça a presidência do Mercosul pelos próximos seis meses, e a nova proposta à UE deve ser discutida no encontro. Lula pretende assumir protagonismo nas negociações.
“Eu quero fazer uma presidência exemplar. Quero me dedicar para que, nesses seis meses, a gente possa, inclusive, concluir o acordo com a União Europeia e começar a pensar em outras coisas”, disse.
“Queremos discutir o acordo, mas não queremos imposição para cima de nós.”
Acordo Mercosul-UE
Negociado desde 1999, o acordo teve a parte comercial finalizada em 2019 e está em fase de revisão pelos países dos dois blocos.
Neste ano, a União Europeia apresentou um documento adicional ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais. O teor do documento foi chamado por Lula de “ameaça”.
Durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato e agora presidente Lula se comprometeu a finalizar as tratativas entre os blocos.
Em junho, durante visita a Brasília, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, defendeu conclusão do acordo este ano.